(O texto seguinte trata-se apenas de uma opinião pessoal, não procurando reproduzir a opinião da equipa, e que surge em resposta ao desafio colocado pelo CCC)
«Senhor presidente, senhor primeiro-ministro, senhores e senhoras deputados»
Perguntava o senhor Presidente da República, no passado dia 25 de Abril, sobre o papel actual dos jovens na política e do seu progressivo afastamento.
Jovens, verdade ou mentira?
Ora, o país e toda a comunidade tem que perceber que antes de mais, os jovens, neste caso portugueses, procuram aquilo em que acreditam e em que existem em comunidade. A resposta óbvia à pergunta “então a que pertencem os jovens?” é naturalmente “a um país de regime declarado democrático chamado Portugal”.
Mas então o que falha para os futuros cidadãos se afastarem da política que gere este país considerado democrata?
1.O que verão adolescentes no facto de serem eleitos 230 deputados e apenas 121 carregarem egocentricamente o país às costas, recusando a ajuda e vendo esta recusada antes de recusá-la?
2. Como interpretarão as borbulhas na cara os discursos dos políticos actuais, a sua retórica quase sempre balofa e oca, verborreia oca e sem ideias?
3. O que vemos nós nas sucessivas hipóteses que são apresentadas ao país, o que pensamos de elegermos pessoas que não conhecemos (mas que pertencem a um grupo tão homogéneo que já sabemos o resultado) para defenderem os nossos ideais de bem comum à sociedade?
4. O que representa para nós as sucessivas mortes e ressurreições intercaladas de membros e partidos já desgastados?
Tudo isto que se passa pelos olhos da população termina inevitavelmente na descredibilização da actividade política e na recessão social de valores, isto é, progressivamente os valores defendidos passam a ser unicamente os pessoais, ao contrário do que se pretende num regime deste género. A política, o plano que deveria funcionar como princípio de motivação da sociedade, levando-a a agir e interagir para a criação das suas próprias soluções, torna-se no pior inimigo da democracia e da comunidade.
“A democracia é o pior de todos os sistemas com excepção de todos os outros”, lá dizia o grande sábio, e também músico português Sérgio Godinho.
Quais as soluções?
Ora é evidente que as soluções passam acima de tudo por uma organização de ideias e valores do panorama político e social.
Antes de mais, temos que perceber o que é para nós a democracia.
Temo-la porque dá às pessoas um sentido de participação e controlo sobre as suas vidas, contribuindo para a estabilidade política? Ou temo-la porque os indivíduos têm o direito a governar-se a si próprios, mesmo que usem esse direito de formas ridículas? Ou temo-la porque a democracia é, na verdade, uma óptima forma de tomar decisões inteligentes e de revelara a verdade?
No mundo actual, o regime democrático assume-se vantajoso pela particularidade de, apesar de utopicamente, tomar em consideração a sabedoria das multidões. É necessário aproveitar a sabedoria das multidões, que em determinados contextos, por ser constituída pelo resultado de operações de discussão entre indivíduos heterogéneos, resultam em soluções sábias e bastante precisas (como teoriza James Surowiecki em «A sabedoria das multidões»).
Para isto é necessária a criação de um novo portal/plataforma de interligação entre sociedade e poderes políticos, uma reforma de valores na Assembleia da República (promovendo o trabalho de equipa para alcançar objectivos, tendo em conta aspectos fundamentais como a cooperação e a diversidade) e uma imagem renovada da vida política na sociedade.
Só assim, senhor Presidente, poderemos não só aproximar a população juvenil mas também a sociedade em geral da política e resolver os problemas de recessão política e social do país.
Nuno Azevedo Silva
No mundo actual, a definição de biblioteca vê-se obrigada a mudar: já não é mais uma simples colecção de páginas, livros e documentos. No mundo moderno, a biblioteca deve tomar cada vez mais partido da sua função estrutural e social para “vencer”, de um lado positivo, de uma forma eficaz a não tão pessoal internet.
Como na Trofa ainda não existe uma biblioteca digna dessa designação, apesar de estar há anos programada, o grupo decidiu pesquisar informações que devem constituir a ideologia da biblioteca moderna, integrada num espaço social presente e futuro.
1. A biblioteca do futuro assume-se como um espaço social diferente, uma praça cultural nova, um centro de ocupação de tempos livres através da informação;
2. É a principal obra estruturante do dinamismo de uma cidade, pelo que deve promover acções de formação, cursos de produção escrita, debates sobre a actualidade, conferências;
3. Deve ter um lugar para convívio e descontracção, como um café, de preferência com visão para o exterior do edifício, de modo a estimular as capacidades (sensações) do utente;
4. É um importante foco da actividade empresarial na cidade:
4.1. Deve ter funcionários especializados, capazes de oferecer um serviço personalizado de formação à população desempregada;
4.2. Este mesmo grupo de novos funcionários deve ajudar jovens empresários na definição de estratégias de negócios, pela apresentação de secções de informação dedicada a essa área;
5. Deve encontrar-se integrada na cidade e concentrada no seu objectivo de servir a população:
5.1. É um factor de identidade local, pelo que deve ter uma área dedicada à história do local;
5.2. Devem comungar o mesmo espírito que a população, ou seja, deve mudar consoante as épocas do ano;
5.3. Necessitam de estar enquadradas num espaço de elevada qualidade estética e ambiental, tornando-se num sítio agradável;
6. Fornece internet sem fios no seu espaço;
7. Situam-se numa zona de movimentação fluida, com passeios, passadeiras e ciclovias na área circundante;
8. Contempla um sistema de avaliação profunda contínuo, procurando corrigir erros e melhorando a qualidade de serviço.
Boa noite.
Voltámos hoje, depois de um longo interregno, a actualizar o blogue, desta vez, e no seguimento do post anterior, com exemplos e com aspectos a ter em consideração para a preparação do projecto Parque da Cidade.
Para além das primeiras linhas/objectivos de desenvolvimento do projecto, apontadas inicialmente no post http://002ordemparacriar.blogs.sapo.pt/2348.html, surgem, com a pesquisa alargada e meditada que está a ser realizada pelo grupo, alguns aspectos a ter em conta na construção de um espaço de elevada importância citadina nos vários níveis.
1. Um parque da cidade deve estar integrado na área e servido pelos diferentes meios de transporte de uma forma eficiente, podendo tornar-se num aliviante escape ao quotidiano, uma verdadeira sala de estar da cidade;
Por este ponto levanta-se um enorme problema ao espaço atrás mencionado: é algo deslocado do centro da cidade, pelo que não seria um local de passagem dos vários meios de transporte nem seria tão apelativo quanto desejável.
2. A sua estrutura deve ser pensada de forma a que seja possível a realização de diversas actividades, desde actividades desportivas até eventos culturais e comerciais.
3. Um parque no centro da cidade implica um isolamento acústico superior, que pode e deve ser obtido através de arbustos ou outros elementos naturais, de forma a não descuidar a naturalidade do ambiente/espaço.
4. Um parque da cidade deve ser único, ou seja, deve-se destacar de muitos outros existentes nas áreas circundantes, marcando-se pela sua originalidade, dinâmica e capacidade de oferecer atracções e experiências diferentes.
Tendo estas considerações em mente, o grupo depara-se com alguns problemas no que toca à localização no espaço deste projecto, já que o local anteriormente apontado revela-se demasiado frágil e "solitário" para receber um projecto tão elevado.
Ora, achamos interessante relembrar a sempre possível renovação e dinamização da área do Parque Nossa Senhora das Dores.
É um espaço central na cidade, tanto na dimensão espacial como histórica/social já que é palco de uma das mais importantes tradições da Trofa (Festas de Nossa Senhora das Dores).
É um espaço com alguma extensão espacial, podendo vir a ser aumentada com a união ao Parque Dr. Lima Carneiro, depois de concluído o aguardado novo traçado da linha de comboio.
E, acho que é opinião geral, a Trofa necessita urgentemente de uma área no interior da cidade onde algo diferente possa acontecer finalmente.
Fica a ideia de um possível aproveitamento do espaço que apenas poderemos passar a encarar de uma forma mais "séria" quando tivermos conhecimento do verdadeiro projecto (e não dos rumores) da câmara para esse espaço.
A cultura, na sua vertente material, ou seja, no que respeita à expressão artística, é um grande motor de desenvolvimento social pois, para além de ser um escape social muito importante e de deter um importante valor estético capaz de interferir com o sujeito, é cada vez mais um fenómeno capaz de gerar riqueza e de impulsionar o dinamismo social.
Mas para que isto seja totalmente verdade, devemos ter em conta que a cultura necessita de apoio, de bases, de motivações; e as cidades são as principais responsáveis por prestar esse apoio. O desenvolvimento cultural nasce da actividade de uma área cultural devidamente equipada para servir as necessidades dos artistas e do próprio público que a procura.
O grupo tem realizado uma pesquisa, procurando aspectos fundamentais para a idealização de uma área cultural forte e eficiente em diversos exemplos mundiais.
Surgem então novos desafios, novos projecto, novas ideias;
As áreas culturais devem ser o centro de uma cidade, o centro de um distrito, capaz de aglomerar população e movimentar a sociedade;
Combinação única de infra-estruturas materiais e sociais capaz de apresentar toda a arte em diferentes épocas e estilos, alargando o público-alvo;
Ponto de formação, catedral da descoberta de novos rumos para a inspiração, que motive o que aprecia a arte e que inspire o criador.
Fábrica de iniciativas criativas e inovadoras, de formatos novos;
A um nível material, são interessantes as infra-estruturas e indústrias de apoio ao artista:
Indústrias altamente equipadas com meios capazes de servir as produções cinematográficas independentes, ou seja, capazes de estabelecer negócios de aluguer de equipamento de topo para a produção de cinema independente, sendo assim possível a criação rentável e aberta deste tipo de arte;
Salas de ensaio para pequenas e grandes constituições de músicos, devidamente equipadas e passíveis de serem partilhadas;
Estúdios comunitários para artistas plásticos;
Cafés, lugares de convívio que servem de forma relaxada a cultura;
Novas ideologias, novos formatos:
Cultura de rua: movimentar o cidadão e embelezar a cidade;
Campanhas fortes de promoção da cultura a nível não só local como nacional;
Formações sobre as diferentes áreas;
A cultura como movimento capaz de quebrar fronteiras: promover o intercâmbio cultural numa filosofia de inter-culturalismo, abrindo as portas a uma arte mais global;
São alguns ideais possíveis, algumas ideias criativas capazes de rentabilizar a cultura.
E nós, cidadãos, devemos ser os primeiros a começar a aplicá-los, abrindo desde já as portas a novas experiências e novas infra-estruturas, reclamando o direito à cultura e à informação. Que ninguém se esqueça que pela arte o Homem se liberta, tanto no papel de criador como de espectador.
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